Alien: Earth promete reinventar o terror espacial com drama, política e novas criaturas

Primeiros 15 minutos da série deixam jornalistas impactados — e mostram que a nova fase da franquia quer muito mais do que sustos


Alien: Earth, nova série do canal FX, teve seus primeiros minutos exibidos para jornalistas — e causou forte impressão. Com estreia marcada para 13 de agosto, a produção promete reinventar a mitologia Alien com novas criaturas, críticas sociais e uma protagonista inusitada: uma criança no corpo de um androide. O Piratas Nerd mergulha nos bastidores da criação dessa série ousada, que pode ser o maior renascimento da franquia desde os filmes clássicos.


Uma nova era para a franquia Alien

Pela primeira vez em 46 anos, a saga Alien ganha uma adaptação para a televisão. Alien: Earth é uma prequela que se passa dois anos antes dos eventos do filme original de 1979. A trama começa com a queda de uma nave alienígena na Terra, liberando amostras coletadas de formas de vida desconhecidas. Entre as ameaças, uma mistura de horrores antigos e novos — incluindo criaturas nunca vistas antes.

O foco da série recai sobre Wendy, uma híbrida humano-sintética interpretada por Sydney Chandler, e um grupo desorganizado de soldados que tentam conter a crise.


Terror com cérebro: além do Xenomorfo

Para o showrunner Noah Hawley (vencedor do Emmy e criador de Legion e Fargo), a série precisa ir além de uma simples repetição dos filmes de monstro. A proposta é usar o terror como ponto de partida para explorar temas densos como desigualdade social, inteligência artificial, ganância corporativa e até a própria natureza humana.

Com Alien: Earth, tem que ser uma grande série dramática. Os monstros se tornam esse bônus que você ganha, em vez de apenas fazer ação e terror

 Explica Hawley.

A protagonista mais inesperada da franquia

Wendy, a personagem central, é uma criança cuja mente foi colocada num corpo adulto e sintético. Isso cria um contraste emocional forte — ela é inocente, vulnerável e incapaz de mentir, mas é forçada a enfrentar dilemas morais profundos e horrores reais.

A pergunta que paira sobre ela (e sobre a série inteira) é: Ela escolherá ser humana ou não?


Crítica social e luta de classes

Alien sempre foi, segundo Hawley, uma franquia com raízes na crítica social. O primeiro filme trouxe caminhoneiros espaciais, o segundo soldados a serviço de interesses corporativos. Alien: Earth retoma essa essência e aprofunda a guerra entre elites corporativas e trabalhadores, num futuro onde a humanidade está à beira do colapso — não apenas por alienígenas, mas por suas próprias escolhas.


Novas criaturas, novos medos

Ao contrário dos prequels de Ridley Scott (Prometheus, Covenant), Alien: Earth evita as explicações excessivas. A nave que cai na Terra traz amostras de diversas espécies alienígenas, coletadas em missões pelo espaço.

Isso dá ao público a mesma sensação de medo e desconhecimento do primeiro filme. Afinal, o que essas novas criaturas comem? Como se reproduzem? E o que acontece se escaparem do controle?


Influência de Game of Thrones e Villeneuve

A estrutura da série foi inspirada em Game of Thrones, especialmente na forma como lidou com os Caminhantes Brancos: uma ameaça constante, mas usada com parcimônia. Hawley também conversou com Denis Villeneuve (Duna) para entender como equilibrar escala épica e intimidade dramática.


E Fargo?

Com o futuro de Alien: Earth ainda indefinido, Hawley confirma que há planos para uma nova temporada de Fargo — mas somente após a possível segunda temporada da série de Alien. A recepção inicial será crucial para definir os próximos passos.

Alien: Earth não quer apenas assustar — quer fazer pensar. Com novos monstros, dilemas morais e personagens complexos, a série tem tudo para renovar a franquia de forma ambiciosa e instigante. Se a promessa dos primeiros 15 minutos se mantiver, teremos uma obra que fará jus ao legado de Ridley Scott e James Cameron, e talvez vá além.